Polícia indicia quatro pessoas pela morte de homem após suposto furto de chocolate em Curitiba
Dois seguranças, um funcionário de setor de frutas, legumes e verduras, e um motociclista foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, meio ...

Dois seguranças, um funcionário de setor de frutas, legumes e verduras, e um motociclista foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Polícia conclui inquérito que investiga morte de jovem A Polícia Civil (PC-PR) concluiu o inquérito que investiga a morte de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, que teria furtado um chocolate em uma das unidades do supermercado Muffato, no bairro Portão, em Curitiba. Os seguranças Antônio Cesar Bonfim Barros e Bryan Gustavo Teixeira, o funcionário de setor de frutas, legumes e verduras, Luiz Roberto Costa Barbosa, e o motociclista Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Segundo o relatório final da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, os quatro tiveram participação na morte do jovem. Conforme a polícia, Rodrigo foi perseguido e violentamente imobilizado pelos indiciados, submetido a estrangulamento e agressões físicas, o que acarretou na morte dele. Ainda segundo o relatório da polícia, Antônio, Bryan e Luiz Roberto transportaram e abandonaram o corpo de Rodrigo em um gramado a duas quadras do mercado. Além disso, nenhum deles acionou socorro médico ou a polícia. Conforme a polícia, a ação revela "completa indiferença diante da gravidade da situação". O inquérito aponta ainda que a prova testemunhal e as imagens obtidas "evidenciam que os investigados tinham plena ciência da gravidade das agressões praticadas contra a vítima e, mesmo assim, contribuíram de forma decisiva para a morte dele, seja por ação direta ou por omissão". Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, foi encontrado morto com sinais de agressão Arquivo Familiar Outro vigilante do mercado, Luiz Eduardo Alves, foi preso no dia do crime, passou por audiência de custódia e foi liberado. Ele não foi indiciado porque, segundo a polícia, chegou ao local depois que tudo tinha acontecido. O motociclista Henrique e o segurança da empresa terceirizada que prestava serviço ao mercado, Bryan, permanecem detidos e tiveram a prisão convertida para preventiva. Antônio e Luiz Roberto não retornaram ao trabalho desde o dia do crime. A polícia ainda não identificou o paradeiro deles. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que tem prazo de cinco dias para oferecimento ou arquivamento da denúncia. LEIA TAMBÉM Caso Tatiane Spitzner: família da vítima luta para que condenado pelo assassinato não receba herança deixada por ela Assista: Vídeo mostra perseguição 'cinematográfica' entre PR e SC após motorista desobedecer ordem de parada e furar pedágios Previsão: Geada e termômetros a -1ºC: veja quando e onde frio deve voltar no Paraná Perseguição e assassinato Câmeras de segurança registraram Rodrigo da Silva Boschen correndo após ser abordado no mercado Reprodução Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima é perseguida por funcionários do supermercado. Nas imagens é possível observar o momento em que Rodrigo da Silva Boschen é abordado, dentro do supermercado, pelo segurança terceirizado Bryan. Em depoimento, o segurança afirmou que tinha pedido para Rodrigo entregar um chocolate que supostamente tinha sido furtado. Em seguida, as imagens mostram o rapaz correndo em direção ao estacionamento. Bryan corre atrás dele. O funcionário do setor de frutas e legumes, Luiz Roberto, que está de moletom e boné, também persegue o jovem. Segundo as investigações, já fora da loja, o funcionário de boné pediu para o motoboy Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, que passava pelo local, alcançar Rodrigo. Em seguida, conforme a polícia, o funcionário deu um mata-leão na vítima. A polícia não informou se há imagens que mostrem as agressões sofridas por Rodrigo. Segundo a polícia, os seguranças Antônio e Bryan permaneceram ao lado enquanto Rodrigo era imobilizado e agredido, sem agir para interromper os atos ou prestar socorro. Já o motociclista Henrique desferiu socos e chutes na vítima, enquanto era imobilizada por Luiz Roberto, e deixou o local sem prestar socorro. Outras imagens, gravadas por câmeras de segurança e por uma testemunha, mostram três pessoas carregando a vítima e a deixando em uma calçada na Rua Daisy Luci Berno, perto do supermercado. Três são presos suspeitos de envolvimento em espancamento e morte de homem em Curitiba Conforme a polícia, não se sabe se, neste momento, Rodrigo já estava morto ou não. A morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que chegou ao local momentos depois, chamado por uma testemunha. O que dizem os citados? A defesa do segurança terceirizado Bryan Gustavo Teixeira afirma que ele não participou de qualquer ato violento contra a vítima, tampouco apoiou conduta criminosa de qualquer natureza. Disse ainda que as provas técnicas e testemunhais já colhidas demonstram que a vítima foi encontrada desacordada por Bryan, que inclusive buscou impedir a continuidade de agressões por parte do funcionário do supermercado. O g1 procurou a empresa terceirizada que presta segurança ao mercado, mas não respondeu. O g1 procurou também a defesa do motociclista Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, mas não obteve resposta. Além disso, também tenta localiza as defesas do segurança do supermercado, Antônio Cesar Bonfim Barros, e do funcionário do setor de frutas, legumes e verduras, Luiz Roberto Costa Barbosa. Em nota, o Muffato informou que prestou todas as informações solicitadas pelas autoridades, colaborou com o inquérito policial encerrado e permanece à disposição da justiça e da família da vítima. A empresa lamentou o ocorrido e os excessos verificados. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais em g1 Paraná.